terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Leituras indicadas

"Documentos de identidade" e "O currículo como fetiche" - Tomaz Tadeu da Silva

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

E quem é diferente?

Achei essa tirinha muito interessante... e em poucas imagens e palavras, acho que pode nos levar a uma boa reflexão.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O homem da orelha verde

Um dia num campo de ovelhas
Vi um homem de verdes orelhas

Ele era bem velho, bastante idade tinha
Só sua orelha ficara verdinha

Sentei-me então ao seu lado
A fim de ver melhor, com cuidado

Senhor, desculpe minha ousadia, mas na sua idade
de uma orelha tão verde qual a utilidade?

Ele me disse, já sou velho, mas veja que coisa linda
De um menino tenho a orelha ainda

é uma orelha-criança que me ajuda a compreender
O que os grandes não querem mais entender

Ouço a voz de pedras e de passarinhos
Nuvens passando, cascatas, riachinhos

Das conversas de crianças, obscuras ao adulto
Compreendo sem dificuldades o sentido oculto
Foi o que o homem de verdes orelhas
Me disse no campo de ovelhas.
(Gianni Rodari)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Muito Bom! "O professor está sempre errado"

O Professor Está Sempre Errado

Quando…É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de ‘barriga cheia’.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta às aulas, é um “Caxias”.
Precisa faltar, é ‘turista’.
Conversa com os outros professores, está “malhando” os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama à atenção, é um grosso.
Não chama à atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a ‘língua’ do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, ‘deu mole’.
É, o professor está sempre errado mas,
se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!”

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Resgatando...

Gostaria de resgatar o comentário da professora sobre o dia do professor. Eu me sinto incomodada com algumas mudanças deste tipo. Mas ao mesmo tempo eu me pergunto: Será que as pessoas mudaram ou eu que mudei (agora estou na universidade afinal(?)). Fazendo uma pesquisa na internet sobre o dia dos professores percebi que poemas, fotos, textos, que homenageam os professores/as se remetem muito mais ao lado sublime deste "ser", à condição de gratidão do aluno diante do mestre que lhe mostrou o mundo... e por aí vai, é só conferir. Percebo que na época da escola tudo isso fazia muito sentido pra mim e para os outros alunos também. Com o passar dos anos e a inserção na universidade (e não por acaso, no curso de pedagogia) o discurso muda; aí reinvindicamos salários mais justos, melhores condições de trabalho, a rebeldia dos alunos, e tantas outras. Tudo muito pertinente, é claro. Afinal queremos a revalorização da profissão. Portanto devemos levar estas questões para a sociedade, para os pais dos alunos que teremos, afim de compartilhar o que é de fato ser um bom professor (?). Porém, apesar de tudo isso, eu também sinto um pouco a necessidade de uma certa regressão na nossa visão de ser professor. Quando você termina a quarta série a professora diz:"Olha, agora o negócio é sério. Você não terá mais uma professora só pra você. Serão vários professores e você terá que se virar sozinho". E quando terminamos o ensino fundametal então, as relações entre professor e aluno já estão tão distantes e superficiais que esta conversa no último dia de aula nem acontece. Mas nem por isso deixamos de notar cada vez mais este distanciamento (afinal já somos "marmanjos"). Depois de pensar sobre tudo isso fica a questão: será que não naturalizamos este tipo de relação e a levamos para a nossa sala de aula? Ouvi nos primeiros semestres da faculdade uma professora dizer que não podemos nos envolver com as crianças. Como lidar com um aluno que todos consideram indisciplinado se eu sei que ele acabou de ganhar um irmãozinho e esta todo inciumado? Ignoro o fato? Acho que já me estendi demais. Vou deixar um link de um vídeo que nos permite pensar sobre. Há a possibilidade de encontrarem alguma palavra errada neste texto, quando escrevi estava mais preocupada em registrar o que eu estava pensando, e segundo Larrosa a experiência só é possível quando a gente se “ex-põe”.
http://www.youtube.com/watch?v=dRneGGnRTEY


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Avaliação do mês de Setembro

Relatório sobre o mês de Setembro

O início do mês se deu com o filme “Vermelho como o Céu”. O filme me fez pensar a respeito da deficiência, do que é considerado como “padrão normal” para o nosso país, segundo os decretos 3298 e 5296, em que o Brasil considera como deficiente a pessoa em que está fora dos padrões da normalidade do ser humano. Sendo assim, questiono: em que se mede a normalidade? Em que consiste? Vejo que a criação destes no país é uma tentativa de incluir pessoas portadoras de deficiências, mas se falamos em incluir, automaticamente nós excluímos, pois autoridades pensam por elas e as julgam como fora da normalidade do ser humano. Isto não fica muito longe da visão do diretor da escola em que Mirco estudava, uma vez que ao querer incluir os deficientes visuais na sociedade, os inibe e os impedem de desenvolver suas criatividades e deixar para eles o poder de escolha do que querem ser no futuro. Esta atitude do diretor fica muito clara ao proibir os alunos de desenvolverem a rádio novela e ao expulsar da escola Mirco, aquele quem iniciou esta ideia. Sendo assim, fica claro que o poder da autoridade, tanto do diretor da escola quanto das nossas leis, legitima a verdade para sempre, como Larrosa nos mostra no texto “Agamenon e seu porqueiro”.
Após o filme, foi discutido em sala de aula o texto do Sívio Gallo. O texto foi muito proveitoso, uma vez que pude esclarecer melhor termos como interdisciplinar e transversalidade que acabam sendo generalizados por nós. A metáfora da árvore e do rizoma foi de bom proveito para uma melhor exemplificação disto.
Logo em seguida, tivemos uma aula com a presença da Gláucia Figueiredo, a respeito da identidade da pedagogia. A conversa foi muito proveitosa para todos nós, pois eu nunca havia chegado a uma conclusão a respeito da identidade da pedagogia e apenas pensava como um “aglomerado de várias disciplinas que dão suporte à pedagogia”. O conceito de identidade nômade fez total sentido e me acrescentou muito a respeito do que tenho estudado e o que quero com a minha graduação em Pedagogia.
Tivemos a leitura e discussão do texto de Jorge Larrosa Bondía também, sobre a experiência. A experiência é caracterizada como o que nos passa, o que nos acontece e o que nos toca. Entretanto, ela é anulada por causa de opiniões, falta de tempo, excesso de trabalho. Todos nós temos, mas há vários fatores que a anulam. Para isso, o que devemos fazer para manter viva a experiência é um gesto de interrupção, ou seja, pararmos para olhar, para analisar, pensar, refletir. Acho que posso levar isso para a vida pessoal, pois quantas vezes nós deixamos despercebido um fato, uma experiência por causa de opiniões diferentes, e principalmente, falta de tempo. Creio eu que deixamos de viver e realmente sentir a vida, se não pararmos um pouco. Concordo com o autor quando diz que o sujeito da experiência é um sujeito EX-POSTO, uma vez que nossa maneira de expormos com todas as coisas fazem com que corramos risco e sejamos vulneráveis. Agindo assim, iremos adquirir experiência.

Ao contrário, as cem existem

Olá pessoal, estava lendo um texto hoje cedo e nele tinha um poema que gostei muito e achei legal compartilhar com vocês.

O poema é de Loris Malaguzzi, secretario da educação da cidade italiana Reggio Emilia.

Para refletir:

Ao contrário, as cem existem (Loris Malaguzzi)

A criança
é feita de cem.
A criança tem cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
Cem sempre cem
modos de escutar
de maravilhar e de amar.
Cem alegrias
para cantar e compreender.
Cem mundos
para descobrir.
Cem mundos
para inventar
Cem mundos
para sonhar.
A criança tem
cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubam-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo.
Dizem-lhe:
de pensar sem mãos
de fazer sem a cabeça
de escutar e de não falar
de compreender em alegrias
de amar e de maravilhar-se
só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe:
de descobrir um mundo que já existe
e de cem roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
que o jogo e o trabalho
a realidade e a fantasia
a ciência e a imaginação
o céu e a terra
a razão e o sonho
são coisas
que não estão juntas.
Dizem-lhe enfim:
que as cem não existem.
A criança diz:
ao contrário, as cem existem.