terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Leituras indicadas

"Documentos de identidade" e "O currículo como fetiche" - Tomaz Tadeu da Silva

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

E quem é diferente?

Achei essa tirinha muito interessante... e em poucas imagens e palavras, acho que pode nos levar a uma boa reflexão.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O homem da orelha verde

Um dia num campo de ovelhas
Vi um homem de verdes orelhas

Ele era bem velho, bastante idade tinha
Só sua orelha ficara verdinha

Sentei-me então ao seu lado
A fim de ver melhor, com cuidado

Senhor, desculpe minha ousadia, mas na sua idade
de uma orelha tão verde qual a utilidade?

Ele me disse, já sou velho, mas veja que coisa linda
De um menino tenho a orelha ainda

é uma orelha-criança que me ajuda a compreender
O que os grandes não querem mais entender

Ouço a voz de pedras e de passarinhos
Nuvens passando, cascatas, riachinhos

Das conversas de crianças, obscuras ao adulto
Compreendo sem dificuldades o sentido oculto
Foi o que o homem de verdes orelhas
Me disse no campo de ovelhas.
(Gianni Rodari)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Muito Bom! "O professor está sempre errado"

O Professor Está Sempre Errado

Quando…É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de ‘barriga cheia’.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta às aulas, é um “Caxias”.
Precisa faltar, é ‘turista’.
Conversa com os outros professores, está “malhando” os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama à atenção, é um grosso.
Não chama à atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a ‘língua’ do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, ‘deu mole’.
É, o professor está sempre errado mas,
se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!”

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Resgatando...

Gostaria de resgatar o comentário da professora sobre o dia do professor. Eu me sinto incomodada com algumas mudanças deste tipo. Mas ao mesmo tempo eu me pergunto: Será que as pessoas mudaram ou eu que mudei (agora estou na universidade afinal(?)). Fazendo uma pesquisa na internet sobre o dia dos professores percebi que poemas, fotos, textos, que homenageam os professores/as se remetem muito mais ao lado sublime deste "ser", à condição de gratidão do aluno diante do mestre que lhe mostrou o mundo... e por aí vai, é só conferir. Percebo que na época da escola tudo isso fazia muito sentido pra mim e para os outros alunos também. Com o passar dos anos e a inserção na universidade (e não por acaso, no curso de pedagogia) o discurso muda; aí reinvindicamos salários mais justos, melhores condições de trabalho, a rebeldia dos alunos, e tantas outras. Tudo muito pertinente, é claro. Afinal queremos a revalorização da profissão. Portanto devemos levar estas questões para a sociedade, para os pais dos alunos que teremos, afim de compartilhar o que é de fato ser um bom professor (?). Porém, apesar de tudo isso, eu também sinto um pouco a necessidade de uma certa regressão na nossa visão de ser professor. Quando você termina a quarta série a professora diz:"Olha, agora o negócio é sério. Você não terá mais uma professora só pra você. Serão vários professores e você terá que se virar sozinho". E quando terminamos o ensino fundametal então, as relações entre professor e aluno já estão tão distantes e superficiais que esta conversa no último dia de aula nem acontece. Mas nem por isso deixamos de notar cada vez mais este distanciamento (afinal já somos "marmanjos"). Depois de pensar sobre tudo isso fica a questão: será que não naturalizamos este tipo de relação e a levamos para a nossa sala de aula? Ouvi nos primeiros semestres da faculdade uma professora dizer que não podemos nos envolver com as crianças. Como lidar com um aluno que todos consideram indisciplinado se eu sei que ele acabou de ganhar um irmãozinho e esta todo inciumado? Ignoro o fato? Acho que já me estendi demais. Vou deixar um link de um vídeo que nos permite pensar sobre. Há a possibilidade de encontrarem alguma palavra errada neste texto, quando escrevi estava mais preocupada em registrar o que eu estava pensando, e segundo Larrosa a experiência só é possível quando a gente se “ex-põe”.
http://www.youtube.com/watch?v=dRneGGnRTEY


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Avaliação do mês de Setembro

Relatório sobre o mês de Setembro

O início do mês se deu com o filme “Vermelho como o Céu”. O filme me fez pensar a respeito da deficiência, do que é considerado como “padrão normal” para o nosso país, segundo os decretos 3298 e 5296, em que o Brasil considera como deficiente a pessoa em que está fora dos padrões da normalidade do ser humano. Sendo assim, questiono: em que se mede a normalidade? Em que consiste? Vejo que a criação destes no país é uma tentativa de incluir pessoas portadoras de deficiências, mas se falamos em incluir, automaticamente nós excluímos, pois autoridades pensam por elas e as julgam como fora da normalidade do ser humano. Isto não fica muito longe da visão do diretor da escola em que Mirco estudava, uma vez que ao querer incluir os deficientes visuais na sociedade, os inibe e os impedem de desenvolver suas criatividades e deixar para eles o poder de escolha do que querem ser no futuro. Esta atitude do diretor fica muito clara ao proibir os alunos de desenvolverem a rádio novela e ao expulsar da escola Mirco, aquele quem iniciou esta ideia. Sendo assim, fica claro que o poder da autoridade, tanto do diretor da escola quanto das nossas leis, legitima a verdade para sempre, como Larrosa nos mostra no texto “Agamenon e seu porqueiro”.
Após o filme, foi discutido em sala de aula o texto do Sívio Gallo. O texto foi muito proveitoso, uma vez que pude esclarecer melhor termos como interdisciplinar e transversalidade que acabam sendo generalizados por nós. A metáfora da árvore e do rizoma foi de bom proveito para uma melhor exemplificação disto.
Logo em seguida, tivemos uma aula com a presença da Gláucia Figueiredo, a respeito da identidade da pedagogia. A conversa foi muito proveitosa para todos nós, pois eu nunca havia chegado a uma conclusão a respeito da identidade da pedagogia e apenas pensava como um “aglomerado de várias disciplinas que dão suporte à pedagogia”. O conceito de identidade nômade fez total sentido e me acrescentou muito a respeito do que tenho estudado e o que quero com a minha graduação em Pedagogia.
Tivemos a leitura e discussão do texto de Jorge Larrosa Bondía também, sobre a experiência. A experiência é caracterizada como o que nos passa, o que nos acontece e o que nos toca. Entretanto, ela é anulada por causa de opiniões, falta de tempo, excesso de trabalho. Todos nós temos, mas há vários fatores que a anulam. Para isso, o que devemos fazer para manter viva a experiência é um gesto de interrupção, ou seja, pararmos para olhar, para analisar, pensar, refletir. Acho que posso levar isso para a vida pessoal, pois quantas vezes nós deixamos despercebido um fato, uma experiência por causa de opiniões diferentes, e principalmente, falta de tempo. Creio eu que deixamos de viver e realmente sentir a vida, se não pararmos um pouco. Concordo com o autor quando diz que o sujeito da experiência é um sujeito EX-POSTO, uma vez que nossa maneira de expormos com todas as coisas fazem com que corramos risco e sejamos vulneráveis. Agindo assim, iremos adquirir experiência.

Ao contrário, as cem existem

Olá pessoal, estava lendo um texto hoje cedo e nele tinha um poema que gostei muito e achei legal compartilhar com vocês.

O poema é de Loris Malaguzzi, secretario da educação da cidade italiana Reggio Emilia.

Para refletir:

Ao contrário, as cem existem (Loris Malaguzzi)

A criança
é feita de cem.
A criança tem cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
Cem sempre cem
modos de escutar
de maravilhar e de amar.
Cem alegrias
para cantar e compreender.
Cem mundos
para descobrir.
Cem mundos
para inventar
Cem mundos
para sonhar.
A criança tem
cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubam-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo.
Dizem-lhe:
de pensar sem mãos
de fazer sem a cabeça
de escutar e de não falar
de compreender em alegrias
de amar e de maravilhar-se
só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe:
de descobrir um mundo que já existe
e de cem roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
que o jogo e o trabalho
a realidade e a fantasia
a ciência e a imaginação
o céu e a terra
a razão e o sonho
são coisas
que não estão juntas.
Dizem-lhe enfim:
que as cem não existem.
A criança diz:
ao contrário, as cem existem.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ATENÇÃO AULA 20/10

Caros alunos,

Amanhã, dia 20/10, 3a. feira, a aula será suspensa para que todos vocês participem da
Avaliação das Disciplinas.
Na próxima aula,dia 27/10, retomaremos as discussões de estágio, entremeadas dos comentários do texto do Boavrntura Souza Santos, que está no Tel Educ.

Profa. Maria Teresa

sábado, 17 de outubro de 2009

Dia do Professor

Estranho muito o silêncio dos alunos e mesmo dos professores nesse dia, conforme vamos avançando nas etapas e níveis de ensino.
Sempre me ponho a pensar sobre essa indiferença de ambas as partes sobre essa comemoração.
Os alunos da Educação Infantil são os que mais me sensibilizaram com suas manifestações, em minha carreira de professora.Uns vinham de bracinhos abertos, com os seus presentinhos. Outros vinham com um jeitinho tímido, me beijar. Cantavam, na hora do lanche, a gente tinha bolo e flores para levar para casa...
Com festa ou sem festa, o que sinto como professora não deixa de ser celebrado toda vez que saio da sala de aula, feliz, feliz com o que ensinei e vivi entre meus alunos.
Aproveitando a oportunidade, sugiro que leiam no blog do curso de extensão que coordeno e ministro coma Prof.a Gláucia M. Ferreira sobre a "Pedagogia Freinet- vida e cidadania na escola", a origem do Dia do Professor.
O site é:
http://freneticos.blogspot.com

Profa. Maria Teresa_
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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Uma aula sobre as cores primárias...


Observe a imagem e comente esta cena que se passou em uma suposta escola. O que ela tem a nos comunicar quanto ao ensino e à aprendizagem dos alunos?
POSTE O SEU COMENTÁRIO, ATÉ A AULA DE 26 DE OUTUBRO!

Profa. Maria Teresa

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Sobre a experiência

O texto em que Larossa faz algumas notas sobre a experiência realmente mexeu muito comigo, pois percebi como estou/estamos e tudo nos leva a estar dentro daquele padrão de sujeito moderno que anula qualquer possibilidade de experiência - ultrainformados, transbordantes de opiniões, superestimulados, cheios de vontade e hiperativos. Dentro da nossa própria faculdade somos cobrados diariamente para saber mais e mais, temos que ler trilhões de textos sobre diversos assuntos em uma semana e raramente, na aula ou mesmo em casa, os exploramos, buscamos saber o que o texto pensa, o que ele nos leva a pensar. O nosso foco acaba sendo sempre a nossa opinião sobre ele, somos induzidos muitas vezes a essa ação e sim, também, em alguns momentos, reduzimos nossa opinião a um concordar ou discordar com o autor - já é uma prática automática. Além disso, outra coisa que acredito estar muito presente em nosso cotidiano, pelo menos no meu está com certeza, é a famosa falta de tempo! Eu mesma vivo dizendo que não tenho tempo para nada, que meu dia deveria ter 48h, mas mesmo se tivesse eu continuaria reclamando, pois arranjaria mais coisas para fazer, não consigo ficar parada, digo que tenho que aproveitar meu tempo ao máximo, sigo sempre nesse curso acelerado do tempo, estou sempre insatisfeita, sempre sem tempo...
Diante desse cenário, paro para pensar, refletir e me questionar a respeito do que me acontece... É horrível ter que admitir, mas, mesmo fazendo um turbilhão de coisas, tenho a impressão de que nada me acontece, assim como Larossa disse. E a minha experiência? No momento é anulada pelas minhas ações... Caso só eu me encontrasse nessa situação, talvez minha agonia fosse menor, o que mais me angustia é ter a consciência de que várias pessoas encontram-se na mesma situação do que eu e não sabem disso, tem sua experiência anulada por algum motivo... Penso nas consequências disso, no valor que damos para a nossa própria vida e para as nossas relações, as quais acabam sendo frágeis e superficiais... o que valorizamos? quem sabe mais (em termos quantitativos, de informações diferentes)? que consegue fazer mais coisas? quem trabalha mais? quem estuda mais? o que vivemos então? o que nos acontece? Acredito que nos falta o ÓCIO, sim, o ócio é fundamental em nossas vidas. Refiro-me aquele ócio de realmente não fazer e nem pensar em nada! ou melhor, pensar é permitido sim, mas pensar sobre o que lhe acontece, parar para escutar, observar, olhar mais cuidadosa e atentamente todos o detalhes, parar para sentir - quantas vezes não passamos por cima de nossos próprios sentimentos, a ponto de nem saber o que sentimos! Precisamos demorar mais nessas atitudes, pra que a pressa? É preciso curtir o momento, falar sobre o que nos acontece, ouvir os outros, fazer só aquilo que somos capazes e nos dedicar, para que nos entupirmos de compromissos e responsabilidades?
Parece que temos medo de enfrentar o mundo, por isso encontramos formas de fugir, não ter que encarar as coisas de frente, pois é mais fácil! A própria escola e os pais colaboram para essa nossa formação, eles tentam evitar nossa dor de qualquer maneira, não nos deixam vivenciá-la, por isso crescemos acreditando que não se deve sofrer, por isso queremos evitar o sofrimento a qualquer custo, por isso que diante da duvida optamos pelo caminho mais fácil, mais seguro... e se errarmos? é proibido! o sentimento de frustração aparece e não sabemos lidar com ele, por isso só podemos acertar, logo não nos arriscamos... Entretanto a experiência requer perigo e travessia!
Desculpem pela extensão, mas isso ainda é muito pouco diante de tudo o que o texto me levou a refletir... ele realmente me incomodou, pegou na ferida!...

Olá pessoal,

Estive pesquisando um pouquinho na internet, lendo alguns textos e gostaria de compartilhar com vocês 3 destes textos que li. São eles:
http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/81/42/1/1/
http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/79/42/1/5/
http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/89/27/1/1/

Espero que a leitura faça vocês refletirem como me fez.
Abraço

Dani

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O solidário não quer solidão

" Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão..."

Para continuar a série de reflexões e desabafos sobre nossa formação e as duras perspectivas que nos aguardam, pensei em dividir com vocês esta música do Milton Nascimento, que fala sobre a esperança e a coragem de continuar caminhando.
Parece que quando nos falta ânimo, certezas, intenções, há alguma arte para nos empurrar de novo pro caminho da esperança... As vezes uma conversa, outras vezes uma aula-poesia e no momento acho que essa música cumpre o papel!
O link de uma montagem no youtube é:
http://www.youtube.com/watch?v=vG1QVZDuP1o

Bom feriado e até terça!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009


Hoje falaremos um pouco a respeito de nossas experiências no Ensino Médio e como temos desenvolvido nossos trabalhos com esses jovens. Em particular terei muitas coisas para compartilhar, até porque sinto que ainda não terminei totalmente esta "fase" da vida que eles começaram a trilhar. Indecisão quanto ao futuro profissional, que carreira escolher, o que ler, o que assistir, tudo isso passa a ter uma enorme importância na formação do caráter do pequeno adulto que eles teimam em não querer aceitar. Os temas que mais repercutem é a gravidez da colega que senta ao lado, o envolvimento com drogas daquele garoto do 2°B, a dificuldade em acompanhar matemática, a necessidade de trabalhar, tanto para ajudar em casa quanto para suprir as básicas "necessidades" de um adolescente comum que quer namorar e curtir a vida. E tudo contribui, para desespero dos educadores, para a tão temida evasão escolar.
Gostaria de discutir com vocês não apenas o nosso papel, como coordenadores ou professores, de manter esses alunos interessados nas disciplinas e dispostos a darem seguimento as suas vidas escolares, mas como estabelecer com eles uma real conexão e identidade junto do ambiente escolar que atenda as suas necessidades de jovem atuante e transformador do mundo sendo que o nosso sistema atual está conseguindo apenas sufocar o adolescente e manter-se superficialmente próximo a ele e aos seus reais problemas.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Escravizando


Após a fala da aula de ontem, uma questão se fez bastante presente, - A importância e a necessidade de fugir, correr para longe das garras do maquinário burocrático do Estado que tanto nos acorrenta e nos limita!

O personagem de 6 anos, Calvin exemplifica o momento do "BASTA"; quando foge de sua rotina e assume a sua forma despida, nua, para poder mostrar as verdades e poder assumir a sua própria forma de maneira livre, como um verdadeiro mecanismo de resistência...

Perfil Nômade do Pedagogo

Temos visto a luta de braço na nossa formação, que, entre outras coisas, oscila entre o pedagogo pesquisador e o docente. Há um desejo enorme de identidade e falta-nos clareza de que o pedagogo não é uma coisa ou outra, mas ambas e principalmente muito mais ainda.
E a educação não pode ser entendida apenas a partir de um ponto de vista "migrante", em que necessariamente se abandona um ponto para levar a outro, como nos ensinou a Profa. Gláucia ontem. Quando nos aproximamos de uma postura nômade, o deslocamento se dá via intensividade, em maneiras de nos afectarmos uns aos outros, colocando o pensamento em movimento... Por isso a experimentação é importante, pois é um conceito que remete à criação, a estratégias que funcionam como resistência à eterna repetição do mesmo.
Tentemos nos lembrar de que o fenômeno ensino-aprendizagem tem a ver com identidades fixas de quem ensina e de quem aprende, e tem um sentido fortemente conteudista. Já aprendizar e ensinagem funcionam remetendo a um processo acontecimental, que valoriza o todo muito mais que acontece nas interações da sala de aula.
Por motivos pessoais, eu me emocionei bastante ontem, mas queria lembrar que é mesmo emocionante ver alguém falar de educação com paixão e realmente o meu coração bate mais forte vendo um grupo de gente inteligente e interessada discutindo a pedagogia de dentro, com envolvimento. Vocês me animam a seguir rizomando!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Acredito que um pouco de sátira não fará mau para ninguém; além do que, esta provoca alguns pensamentos interessantes. Como a hierarquização do professor, detentor da verdade, perante o seu aluno que só sabe fazer cópia, cópia e mais cópia sem entender e, principalmente, sem dar significado ao que é ensinado.
Marina

O que é um Rizoma?

Para pessoas que, como eu, não sabiam o que exatamente era um rizoma....rs
Afim de aprofundarmos nossos conhecimentos botânicos e expandir nosso entendimento acerca do texto de Silvio Gallo, não pude deixar de dar esta contribuição. Já estou pondo em prática a interdisciplinaridade!

Vermelho... como o céu!?

Um dos primeiros trabalhos que vi a partir de “Vermelho como o céu” foi o de Gláucia M. Figueiredo. Em um texto chamado Experimentar uma Pedagogia menor através do filme “Vermelho como o céu”, a autora defendeu que nos libertássemos das amarras pedagógicas, para perceber os movimentos de ensinagem e do aprendizar com as personagens do filme. Neste caso, a ensinagem torna-se “um labirinto móvel passível de muitas combinações que potencializam o caminho ilimitadamente deslizante do aprendizar”. É bonito isto, porque com o filme mostramos uma pedagogia e um pedagogo outros. O pedagogo age diferentemente, porque compreende e vive a pedagogia a partir de um princípio de entradas múltiplas, rizomático, em que não há um caminho, mas vários, de atuação. Além disso, entre eles só existem conexões puras que não conseguimos controlar, por isso o pedagogo precisa estar “atento a todo o momento às surpresas, abrindo-se à experimentação, realizando conexões que se concretizam através de provocações pedagógicas contigenciais”.
De maneira geral, os filmes sobre educação que a gente vê sempre trazem um educador que, ao funcionar, escapa às regras, às metodologias, aos “objetivos” iniciais, ao planejamento primeiro, para fazer algo acontecer, algo que marca a vida de um educando de maneira singular e, simultaneamente, move o educador e a todos nós, que o vemos nas telas.
Veja como a vida de Mirco se transforma na escola, mas a partir de um movimento que perverte as regras da própria instituição. Foi preciso que um educador lutasse contra as regras e seus superiores para que seus alunos pudessem ter margem para possibilidades outras dentro da escola. Será este o mecanismo da educação? Vermelho como o céu?

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Dica de leitura: Para aqueles interessados em conhecer um pouco da história dos embates teóricos e políticos que havia e ainda acontecem na definição do que é ser um pedagogo, recomendo a leitura do capítulo 01 da tese de doutorado da Gláucia Maria Figueiredo, e, para conhecer de onde vêm suas inquietações, recomendo o prólogo. A questão que norteia seu trabalho (e que percebo inquietar muita gente nas turmas de pedagogia) é “afinal, existe uma Identidade para pedagogos e pedagogia em nosso tempo?”. A Gláucia defendeu o doutorado no primeiro semestre deste ano (2009). Quem quiser saber o seu pensamento contemporâneo sobre o tema vai precisar ler tudo! Eheheh.
Sua tese: “DAS IMAGENS IDENTITÁRIAS DA PEDAGOGIA AO OFÍCIO DE PEDAGOGO NA CONTEMPORANEIDADE - TRAÇADOS NÔMADES”, sob orientação do professor Silvio Gallo, está na FE.

Comentário do filme “Vermelho como o Céu”

O filme me sensibilizou em relação a dois pontos: o primeiro refere-se à exclusão social de pessoas com deficiências, e o segundo concerne ao sistema escolar em geral.
Mirco, um garoto que perde a visão acidentalmente, foi estudar em uma escola para cegos, pelo simples motivo de que a lei não permite que um cego estude na escola regular. Diante da relutância do pai de Mirco, os médicos alegam que será melhor, pois lá ele receberá um ensino apropriado. Aqui, cabe questionar: apropriado para quem? A lei ampara aquele que é cego ou aqueles a quem a presença deste cego incomoda? O esforço em isolá-los e o fato de o cuidado da educação dos meninos cegos estar sob encargo de religiosos (o que nos leva a entender esta escola como uma instituição de caridade), possibilita inferir que as pessoas com deficiências devem ser afastadas para incomodar menos a sociedade. E a partir disso emergem diversas desculpas: devem receber um ensino adequado para aquilo que são capazes, e suas capacidades são limitadas por trabalhos manuais.
O filme, no entanto, vai contra este pensamento que perdurou durantes séculos. Através do cotidiano das crianças cegas na escola, mostra que aquelas não são crianças que tiveram seus potenciais, relacionamento, inteligência, capacidade, imaginação e criatividade prejudicadas por conta da falta de visão. Pelo contrário, são crianças que encontram meio de contornar a falta de um sentido através de outros, que não deixam de inventar, de brigar, de ir ao cinema e de namorar. Basta que alguém lhes dê a chance de escolher!
Outro ponto que me levou a refletir foi a comparação desta escola para cegos com o nosso próprio sistema escolar, e agora me refiro não somente à crianças com deficiências, mas a todas as crianças que estão na escola. Até que ponto também nós não limitamos a expansão da criatividade das crianças, impondo-lhes o que julgamos ser melhor para a sua idade, para a sua realidade, ou seja, impondo a nossa verdade? Será que elas, quando estão na escola, também não sentem sua visão embaçada, pois não lhes é dado o direito de enxergar o mundo à sua maneira?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Filme: Vermelho como o céu

O filme nos dá uma verdadeira lição, demonstrando que os verdadeiros cegos são aqueles que não quer ver, ou seja, faz um verdadeiro trocadilho, pois os que tendo olhos, não vêem, e de cegos que conseguem ver. O filme nos faz esse questionamento, sobre essa falta de visão que algumas pessoas têm, e que apesar disto, ocupam funções educacionais ou de poder, impondo “verdades” enraizadas sem querer enxergar de um modo diferente do habitual.

Interessante como isto é colocado no filme, a resistência, os conflito de pensamentos entre o professor e o diretor, pois o professor era perspicaz, capaz de vislumbrar a potencialidade de seus alunos e lutar por eles, mas que era impedido pela autoridade do diretor. O filme traz o tempo todo tentativas de ruptura pelos questionamentos e demandas trazidos à tona no processo de efervescência política e cultural, onde o estado tinha a rejeição de deficientes como marca, nos anos em que se passa a história na Itália.

Além disso, também nos faz pensar se as escolas de hoje que se dizem “inclusivas” realmente estão assumindo este papel, pois muitas escolas incorporaram a "inclusão" no discurso, mas na prática, são escolas inclusivas não-praticantes. Esse processo de inclusão social ainda hoje encontra barreiras, intolerância e preconceito.

domingo, 13 de setembro de 2009

A lição

Meu grupo ficou responsável por discutir a questão da lição como uma forma de amizade, isso se dá porque assim como a amizade, a lição é algo público, onde todos se integram e se interessam pela mesma coisa, mas nem todos enxergam as coisas (texto)de uma maneira igual, portanto a leitura não deve ser dada com a ideia de homogeneidade, mas sim como a possibilidade de um movimento de pluralidade para o aprender.

Vermelho como o céu

Dentre os pontos que podem ser levantados no filme, o que mais me chamou a atenção foi que para o garoto a maior dificuldade a ser superada não era a 'diferença' física em relação as outras pessoas, mas a diferença de pensamento. O menino é inovador, criativo, não se adequa aos padrões impostos e isso encomoda. Percebe-se, no filme, que na sociedade em que vivemos o mais difícil não é não enxergar, mas "enxergar" as coisas de um modo diferente do habitual, daquilo que nos é imposto. Na escola em que Mirco estudava, diferentemente do vemos em Sobre a lição, o diretor não permitia que os alunos escrevessem nos 'espaços em branco', não era permitido criar em cima do que estava sendo proposto. Mirco procurava cumprir a lição ao seu modo, diferente, ousado, criativo, mas isso não era permitido. Não havia liberdade. No filme questiona-se o papel da escola, que deveria ser a grande incentivadora da busca de novos saberes, de novas formas de descoberta, do desenvolvimento de habilidades, mas que muitas vezes, em oposição, limita os saberes e os recursos para obtê-los.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Filme: Vermelho como o Céu

O filme nos mostra que através da imaginacao e da arte somos capazes de transgredir barreiras criando novas formas de romper com as limitacoes e com os determinismos impostos pela sociedade de forma geral. Acredito que durante nossa atuacao teremos que utilizar diferentes recursos para superar as verdades impostas aos alunos de forma a incitar a criticidade dos mesmos e o prazer pela leitura.
Hélen Silva

Larossa

Lendo o texto fiquei lembrando da epoca do vestibular. Como teria sido diferente a minha historia de leitura se os professores priorizassem a Lição como Larossa nos mostra. Lembro-me que ficava imaginando o que deveria responder na questão para que me dessem certo. Não buscava as perguntas que o texto me colocava, não lia com prazer.
Acho que devemos refletir sobre nossa prática e ter sempre em mente não cometer estes mesmos erros. Sejamos diferente! Este é o apelo que faço a todos vocês, pois isso pode fazer toda a diferença na historia de leitura de cada um que passar por nossas salas de aula.

A partir disto refleti também o quanto as verdades enraizadas em nós nos faz cometer erros gravissimos. Certamente estes meus professores estavam ensinando do modo como foram ensinados, achando que esta seria a unica forma de ensinar. Façamos como o porqueiro! Vamos colocar em dúvida tudo aquilo que nos parece certo, verdadeiro, pois somente assim poderemos fazer a diferença e romper com esse sistema ciclico que se repete, se repete, se repete,...

domingo, 6 de setembro de 2009

Campinas, 25 de agosto, 2009.

Caros Colegas,
Escrevemos essa carta para lhes comunicar algo que consideramos relevante a respeito da lição. A lição é como uma carta, que escrevemos e sempre esperamos por uma resposta, mas não podemos exigí-la. E ainda que tenhamos uma resposta, está não será conforme esperamos ou gostariamos que fosse, pois a lição sempre volta transformada.
Em outras palavras, do mesmo modo que escrevemos essa carta e gostariamos que vocês assimilassem conforme pensamos ao escrevê-la, pode acontecer de que cada leitor entenda de modo único e diferente.
Portanto, é importante que nós, como professores, entendemos que isso pode acontecer e já levar essa possibilidade para a nossa prática.
Não podeos passar a lição e esperar que a resposta seja única e o entendimento único de todos os alunos que compõe uma mesma sala de aula. Todos os alunos devem, sim, aproveitar a lição escolhida. Almejamos principalmente o envolvimento, participação e aproveitamento do aluno com relação ao conteúdo da lição.
Lembrando que a qualidade do que disponibilizamos, do que queremos ensinar e esperamos que nossos alunos aprendam é de interesse nosso, pois comos nós que propomos a lição, que buscamos uma lição que englobe a todos.
Não devemos carregar conosco um sentimento de obrigação, e o aluno também não, para que o sentimento de troca na amizade e na liberdade ocorra.
E o que vocês acham disso?

Atenciosamente,
Adriana
Carol M.
Helena

Laura

p.s. Mais importante do que penssamos do texto é o que esse nos leva a pensar. Ao invés de procurarmos resposta a partir do texto, devemos procurar as perguntas que esse responde.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Agamenon e seu porqueiro (discussão em aula)

• Dicotomia: o que é verdade e o que é real?

• Há diferença entre o ser da verdade [“verdade é verdade”; “preciso aceitar porque é verdade”; “somos realistas”] e o dizer a verdade [a verdade das posições distintas de força, de poder; somos vencidos, mas não (con)vencidos]

• Há discursos rivais ocultos/ocultados que reforçam o poder da verdade do “maior”.

• Verdade: depende de quem fala, de quem tem mais poder.

• Romper com a “verdade” exige grandes esforços, por isso que são poucos que se dispões a isso. (Ex.: Escola da Ponte, “Fala Maria Favela”)

• Verdade como jogo de poderes. (contribuição de Foucault)

• A globalização e por conseqüência o numero de informações circulantes, aumenta o número de possibilidades de interpretações, o que acarreta a não identificação de uma delas como a “verdade”.

• A pluralização do pensamento sobre a realidade possibilita a libertação do próprio princípio de realidade e da ditadura do mundo verdadeiro.

• Isso se reflete em emancipação política.

• A indústria cultural pode padronizar consciências, mas a divulgação do pensamento único pode também despertar a impossibilidade do pensamento totalitário e levar à multiplicidade de interpretações e à consideração do mundo real como fábula!

• A linguagem como experimentação do mundo desmonta a realidade (torna-se interpretação dominante) e a verdade (torna-se ficção).

• Acreditar em uma verdade ou uma realidade única é uma questão de fé, de crença, é uma “fala em nome de”.

• A verdade se declina no plural: verdadeS.

• Implicações na educação: ampliar a consciência, saber que as coisas são questionáveis, importante é pensar sobre, refletir, não concordar ou discordar.

• Um objetivo para a educação: ensinar um ser que não se deixe enganar.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

"Sobre a lição"

"No começo era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá onde
a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar
não funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função
de um verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta,
que é voz de fazer nascimentos-
O verbo tem que pegar delírio.
(...)
A ciência pode classificar e nomear os orgãos
de um sabiá mas não pode medir seus encantos.
A ciência não pode calcular quantos cavalos
de força existem nos encantos de um sabiá.
Quem acumula muita informação
perde o condão de adivinhar: divinare.
Os sabiás divinam."
(MANOEL DE BARROS)

Beatriz T. Ruela RA:015550

"Sobre a Lição"


Na lição de aprender Na lição de ensinar
Na lição ao ler
Ao dar a lição, ler.
E se perguntar? E se perguntarem?
Sobre, do texto, o ponto comum
E no comum do texto, o que diferencia?
O que diferencia, porém une,
O que une na amizade.
Deixar-se ler, fazer escrever.
Libertar as palavras,
Libertar nos textos,
Libertar-se ao fazer o novo, no escrever, o novo.

"Agamenon e seu porqueiro - notas sobre a produção, a dissolução e o uso da realidade nos aparatos pedagógicos e nos meios de comunicação"

  • LARROSA, Jorge. Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas/ texto de Jorge Larrosa, tradução de Alfredo Veiga Neto - Belo Horizonte; Autêntica, 1999, pág. 149 a 165.

O texto discute essencialmente a questão do qeu é realidade e ocmo o conceito de realidade pode ser falho, ou como alguém pode se utilizar desse conceito para embutir ao pensamento "comum" algumas ditas "verdades inquestionáveis" que possam eventualemnte trazer bens (podendo ser essa palavra interpretada em todos os sentidos que ela possui) a algumas pessoas, e tirar de outras a curiosidade ou mesmo a capacidade de questionar que é tido como realidade; e ainda dentro dessa discussão é questionado qual deve ser a posição do professor, se acatar a dita "verdades inquestionáveis" como realidade e expô-la aos alunos ou então questionar qualquer afirmação que se faça presente na sala de aula?
No decorrer do texto se faz presente a discussão do assunto baseada em dosi personagens, que são de importância tal que nomeiam o texto lido: Agamenon (o patrão) e seu porqueiro.
Agamenon é o personagem que encara a afirmação que lhes é feita como verdade absoluta e inquestionável. O porqueiro questiona a afirmação que lhes fazem, se será verdade ou não. "E é essa independência da verdade relativamente às relações sociais (...) e esses dois personagens convertidos já em rivais, isto é, em contendores de uma luta cujo território é a verdade do poder e o poder da verdade." (pág. 150)
Sendo que nos final do texto e consequentemente da discussão, chega-se a conclusão de que "o que é preciso, (...) é mergulhar na posição do porqueiro porque, como certamente sabia muito bem nosso porqueiro, para combater a realidade do poder é necessário colocar em dúvida o poder da realidade." (pág. 162)
Em relação ao ensino, achei importante transpor a conclusão de Larrosa, visto que penso da mesma forma. Penso que o bom professor deve fazer da realidade o problema sempre, para que essa sempre seja questionada.
"Agora que já não podemos crer no que acreditávamos nem dizer o que dizíamos, agora que nossos saberes não se sustemtam sobre a realidade nem nossas palavras sobre a verdade, talvez seja hora de aprender um novo tipo de honestidade: o tipo de honestidade que se exige para habitar com maior dignidade possível um muno caracterizado pelo caráter poético e político da linguagem. (...)Talvez o ponto de vista do porqueiro não esteja indicando que a realidade não é outra coisa que o assunto da discussão; ou que a realidade é a questão, isto é, "o que está em questão", ou que a realidade é problema, isto é, o que é problmático e pode ser problematizado. E desse ponto de vista a verdade não é a verdade, mas um dos modos possíveis de determinar o assunto, de encarar a questão, de dar conta do problema." (pág.164-165)

"Sobre a lição"

Gostei muito deste texto, sobretudo da comparação entre a lição e a carta. Acho que é isso mesmo, se sempre fizermos essa comparação ao preparar uma aula, faremos com que o aluno se sinta menos obrigado a fazer determinada tarefa e mais motivado por se reconhecer naquele trabalho. Um texto precisa causar movimento na sala de aula, seja pela forma como é apresentado, seja pelo o que ele representa/diz, e portanto convida para novas produções.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O ato de educar: aprender e ensinar

Uma resenha para tentar inspirar e incentivar a participação de todos...

  • LARROSA, Jorge. Sobre a lição - ou do ensinar e aprender na amizade e na liberdade. In Larrosa, Jorge. Pedagogia Profana- danças, piruetas e mascaradas. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, pág. 139-146.
O texto discute questões cotidianas, essenciais e pertinentes a educação formal, o ler e o escrever; e o ato de educar de uma forma geral, o aprender e o ensinar.
Realiza essa discussão remetendo a dois termos que utiliza e dá elevada importância de significado no decorrer da argumentação: a liberdade e a amizade.
A relação de alguém consigo mesmo é denominada liberdade e essa curiosa forma de comunhão com outros é denominada amizade.
A lição deve ser uma "verdadeira leitura, uma verdadeira aprendizagem na amizade e na liberdade" (pág. 140), deve ela se tornar algo comum a todos, no sentido de que todos aprendam juntos e ensinem uns aos outros (essa "curiosa forma de comunhão").
A leitura e a escrita são tratadas no texto como complementos: não há leitura sem escrita e vice-versa. "Aprender a ler é aprender a escrever." (pág. 146)
Na lição, o texto se comunica numa ação pluralizadora. Ele se faz presente e cada ouvinte interioriza a informação de uma forma. "Ao tornar palavra, não se sabe o que se dizer. Mas sabe o que quer: dizer." (pág. 145)
O papel do professor, segundo o texto, é o de orientar o aprendiz, lhe mostrar os meios para que ocorra o processo de aprendizagem e participar desse processo orientando os alunos no aprender. Ensinar não é um processo determinado e terminado.
O papel dos alunos nesse processo, é o de se dedicar e se interar (no amplo sentido da palavra) para que seja possível a aprendizagem, para que interiorizando e interagindo com o conteúdo, o processo ocorra naturalmente.
Mas é preciso reconhecer que embora o ato de ensinar deva ser homogêneo e tente atingir à todos, a aprendizagem, sendo algo heterogêneo, ocorre de forma diferente para cada um e isso deve ser respeitado de forma interativa, em que mestre e aprendiz estejam em busca de um mesmo objetivo, respeitando ambos suas limitações, e é a isso que chamo amizade.
E concluo que a partir do momento que se dá a alguém os meios e se ensina algo, como ler e escrever por exemplo, ou mais ainda, se discute e se faz compreensível o processo de aprendizagem, dá também uma "arma poderosa" a ser utilizada: a autonomia, podendo ser esse um outro assunto de extensa discussão.

domingo, 30 de agosto de 2009

Prezados alunos

Gostaria de que vocês tentassem utilizar o blog para expor suas idéias sobre as leituras que selecionamos para esta disciplina. Tudo está em começar, em experimentar a novidade. Vamos, pelo menos arriscar?
Profa.Maria Teresa

domingo, 16 de agosto de 2009

Prezados alunos

Neste blog vamos compartilhar nossos olhares e saberes sobre a escola.

Profa. Maria Teresa