quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Resgatando...

Gostaria de resgatar o comentário da professora sobre o dia do professor. Eu me sinto incomodada com algumas mudanças deste tipo. Mas ao mesmo tempo eu me pergunto: Será que as pessoas mudaram ou eu que mudei (agora estou na universidade afinal(?)). Fazendo uma pesquisa na internet sobre o dia dos professores percebi que poemas, fotos, textos, que homenageam os professores/as se remetem muito mais ao lado sublime deste "ser", à condição de gratidão do aluno diante do mestre que lhe mostrou o mundo... e por aí vai, é só conferir. Percebo que na época da escola tudo isso fazia muito sentido pra mim e para os outros alunos também. Com o passar dos anos e a inserção na universidade (e não por acaso, no curso de pedagogia) o discurso muda; aí reinvindicamos salários mais justos, melhores condições de trabalho, a rebeldia dos alunos, e tantas outras. Tudo muito pertinente, é claro. Afinal queremos a revalorização da profissão. Portanto devemos levar estas questões para a sociedade, para os pais dos alunos que teremos, afim de compartilhar o que é de fato ser um bom professor (?). Porém, apesar de tudo isso, eu também sinto um pouco a necessidade de uma certa regressão na nossa visão de ser professor. Quando você termina a quarta série a professora diz:"Olha, agora o negócio é sério. Você não terá mais uma professora só pra você. Serão vários professores e você terá que se virar sozinho". E quando terminamos o ensino fundametal então, as relações entre professor e aluno já estão tão distantes e superficiais que esta conversa no último dia de aula nem acontece. Mas nem por isso deixamos de notar cada vez mais este distanciamento (afinal já somos "marmanjos"). Depois de pensar sobre tudo isso fica a questão: será que não naturalizamos este tipo de relação e a levamos para a nossa sala de aula? Ouvi nos primeiros semestres da faculdade uma professora dizer que não podemos nos envolver com as crianças. Como lidar com um aluno que todos consideram indisciplinado se eu sei que ele acabou de ganhar um irmãozinho e esta todo inciumado? Ignoro o fato? Acho que já me estendi demais. Vou deixar um link de um vídeo que nos permite pensar sobre. Há a possibilidade de encontrarem alguma palavra errada neste texto, quando escrevi estava mais preocupada em registrar o que eu estava pensando, e segundo Larrosa a experiência só é possível quando a gente se “ex-põe”.
http://www.youtube.com/watch?v=dRneGGnRTEY


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Avaliação do mês de Setembro

Relatório sobre o mês de Setembro

O início do mês se deu com o filme “Vermelho como o Céu”. O filme me fez pensar a respeito da deficiência, do que é considerado como “padrão normal” para o nosso país, segundo os decretos 3298 e 5296, em que o Brasil considera como deficiente a pessoa em que está fora dos padrões da normalidade do ser humano. Sendo assim, questiono: em que se mede a normalidade? Em que consiste? Vejo que a criação destes no país é uma tentativa de incluir pessoas portadoras de deficiências, mas se falamos em incluir, automaticamente nós excluímos, pois autoridades pensam por elas e as julgam como fora da normalidade do ser humano. Isto não fica muito longe da visão do diretor da escola em que Mirco estudava, uma vez que ao querer incluir os deficientes visuais na sociedade, os inibe e os impedem de desenvolver suas criatividades e deixar para eles o poder de escolha do que querem ser no futuro. Esta atitude do diretor fica muito clara ao proibir os alunos de desenvolverem a rádio novela e ao expulsar da escola Mirco, aquele quem iniciou esta ideia. Sendo assim, fica claro que o poder da autoridade, tanto do diretor da escola quanto das nossas leis, legitima a verdade para sempre, como Larrosa nos mostra no texto “Agamenon e seu porqueiro”.
Após o filme, foi discutido em sala de aula o texto do Sívio Gallo. O texto foi muito proveitoso, uma vez que pude esclarecer melhor termos como interdisciplinar e transversalidade que acabam sendo generalizados por nós. A metáfora da árvore e do rizoma foi de bom proveito para uma melhor exemplificação disto.
Logo em seguida, tivemos uma aula com a presença da Gláucia Figueiredo, a respeito da identidade da pedagogia. A conversa foi muito proveitosa para todos nós, pois eu nunca havia chegado a uma conclusão a respeito da identidade da pedagogia e apenas pensava como um “aglomerado de várias disciplinas que dão suporte à pedagogia”. O conceito de identidade nômade fez total sentido e me acrescentou muito a respeito do que tenho estudado e o que quero com a minha graduação em Pedagogia.
Tivemos a leitura e discussão do texto de Jorge Larrosa Bondía também, sobre a experiência. A experiência é caracterizada como o que nos passa, o que nos acontece e o que nos toca. Entretanto, ela é anulada por causa de opiniões, falta de tempo, excesso de trabalho. Todos nós temos, mas há vários fatores que a anulam. Para isso, o que devemos fazer para manter viva a experiência é um gesto de interrupção, ou seja, pararmos para olhar, para analisar, pensar, refletir. Acho que posso levar isso para a vida pessoal, pois quantas vezes nós deixamos despercebido um fato, uma experiência por causa de opiniões diferentes, e principalmente, falta de tempo. Creio eu que deixamos de viver e realmente sentir a vida, se não pararmos um pouco. Concordo com o autor quando diz que o sujeito da experiência é um sujeito EX-POSTO, uma vez que nossa maneira de expormos com todas as coisas fazem com que corramos risco e sejamos vulneráveis. Agindo assim, iremos adquirir experiência.

Ao contrário, as cem existem

Olá pessoal, estava lendo um texto hoje cedo e nele tinha um poema que gostei muito e achei legal compartilhar com vocês.

O poema é de Loris Malaguzzi, secretario da educação da cidade italiana Reggio Emilia.

Para refletir:

Ao contrário, as cem existem (Loris Malaguzzi)

A criança
é feita de cem.
A criança tem cem mãos
cem pensamentos
cem modos de pensar
de jogar e de falar.
Cem sempre cem
modos de escutar
de maravilhar e de amar.
Cem alegrias
para cantar e compreender.
Cem mundos
para descobrir.
Cem mundos
para inventar
Cem mundos
para sonhar.
A criança tem
cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubam-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo.
Dizem-lhe:
de pensar sem mãos
de fazer sem a cabeça
de escutar e de não falar
de compreender em alegrias
de amar e de maravilhar-se
só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe:
de descobrir um mundo que já existe
e de cem roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
que o jogo e o trabalho
a realidade e a fantasia
a ciência e a imaginação
o céu e a terra
a razão e o sonho
são coisas
que não estão juntas.
Dizem-lhe enfim:
que as cem não existem.
A criança diz:
ao contrário, as cem existem.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ATENÇÃO AULA 20/10

Caros alunos,

Amanhã, dia 20/10, 3a. feira, a aula será suspensa para que todos vocês participem da
Avaliação das Disciplinas.
Na próxima aula,dia 27/10, retomaremos as discussões de estágio, entremeadas dos comentários do texto do Boavrntura Souza Santos, que está no Tel Educ.

Profa. Maria Teresa

sábado, 17 de outubro de 2009

Dia do Professor

Estranho muito o silêncio dos alunos e mesmo dos professores nesse dia, conforme vamos avançando nas etapas e níveis de ensino.
Sempre me ponho a pensar sobre essa indiferença de ambas as partes sobre essa comemoração.
Os alunos da Educação Infantil são os que mais me sensibilizaram com suas manifestações, em minha carreira de professora.Uns vinham de bracinhos abertos, com os seus presentinhos. Outros vinham com um jeitinho tímido, me beijar. Cantavam, na hora do lanche, a gente tinha bolo e flores para levar para casa...
Com festa ou sem festa, o que sinto como professora não deixa de ser celebrado toda vez que saio da sala de aula, feliz, feliz com o que ensinei e vivi entre meus alunos.
Aproveitando a oportunidade, sugiro que leiam no blog do curso de extensão que coordeno e ministro coma Prof.a Gláucia M. Ferreira sobre a "Pedagogia Freinet- vida e cidadania na escola", a origem do Dia do Professor.
O site é:
http://freneticos.blogspot.com

Profa. Maria Teresa_
Postado por Maria Teresa às 17:10 0 comentários

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Uma aula sobre as cores primárias...


Observe a imagem e comente esta cena que se passou em uma suposta escola. O que ela tem a nos comunicar quanto ao ensino e à aprendizagem dos alunos?
POSTE O SEU COMENTÁRIO, ATÉ A AULA DE 26 DE OUTUBRO!

Profa. Maria Teresa

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Sobre a experiência

O texto em que Larossa faz algumas notas sobre a experiência realmente mexeu muito comigo, pois percebi como estou/estamos e tudo nos leva a estar dentro daquele padrão de sujeito moderno que anula qualquer possibilidade de experiência - ultrainformados, transbordantes de opiniões, superestimulados, cheios de vontade e hiperativos. Dentro da nossa própria faculdade somos cobrados diariamente para saber mais e mais, temos que ler trilhões de textos sobre diversos assuntos em uma semana e raramente, na aula ou mesmo em casa, os exploramos, buscamos saber o que o texto pensa, o que ele nos leva a pensar. O nosso foco acaba sendo sempre a nossa opinião sobre ele, somos induzidos muitas vezes a essa ação e sim, também, em alguns momentos, reduzimos nossa opinião a um concordar ou discordar com o autor - já é uma prática automática. Além disso, outra coisa que acredito estar muito presente em nosso cotidiano, pelo menos no meu está com certeza, é a famosa falta de tempo! Eu mesma vivo dizendo que não tenho tempo para nada, que meu dia deveria ter 48h, mas mesmo se tivesse eu continuaria reclamando, pois arranjaria mais coisas para fazer, não consigo ficar parada, digo que tenho que aproveitar meu tempo ao máximo, sigo sempre nesse curso acelerado do tempo, estou sempre insatisfeita, sempre sem tempo...
Diante desse cenário, paro para pensar, refletir e me questionar a respeito do que me acontece... É horrível ter que admitir, mas, mesmo fazendo um turbilhão de coisas, tenho a impressão de que nada me acontece, assim como Larossa disse. E a minha experiência? No momento é anulada pelas minhas ações... Caso só eu me encontrasse nessa situação, talvez minha agonia fosse menor, o que mais me angustia é ter a consciência de que várias pessoas encontram-se na mesma situação do que eu e não sabem disso, tem sua experiência anulada por algum motivo... Penso nas consequências disso, no valor que damos para a nossa própria vida e para as nossas relações, as quais acabam sendo frágeis e superficiais... o que valorizamos? quem sabe mais (em termos quantitativos, de informações diferentes)? que consegue fazer mais coisas? quem trabalha mais? quem estuda mais? o que vivemos então? o que nos acontece? Acredito que nos falta o ÓCIO, sim, o ócio é fundamental em nossas vidas. Refiro-me aquele ócio de realmente não fazer e nem pensar em nada! ou melhor, pensar é permitido sim, mas pensar sobre o que lhe acontece, parar para escutar, observar, olhar mais cuidadosa e atentamente todos o detalhes, parar para sentir - quantas vezes não passamos por cima de nossos próprios sentimentos, a ponto de nem saber o que sentimos! Precisamos demorar mais nessas atitudes, pra que a pressa? É preciso curtir o momento, falar sobre o que nos acontece, ouvir os outros, fazer só aquilo que somos capazes e nos dedicar, para que nos entupirmos de compromissos e responsabilidades?
Parece que temos medo de enfrentar o mundo, por isso encontramos formas de fugir, não ter que encarar as coisas de frente, pois é mais fácil! A própria escola e os pais colaboram para essa nossa formação, eles tentam evitar nossa dor de qualquer maneira, não nos deixam vivenciá-la, por isso crescemos acreditando que não se deve sofrer, por isso queremos evitar o sofrimento a qualquer custo, por isso que diante da duvida optamos pelo caminho mais fácil, mais seguro... e se errarmos? é proibido! o sentimento de frustração aparece e não sabemos lidar com ele, por isso só podemos acertar, logo não nos arriscamos... Entretanto a experiência requer perigo e travessia!
Desculpem pela extensão, mas isso ainda é muito pouco diante de tudo o que o texto me levou a refletir... ele realmente me incomodou, pegou na ferida!...

Olá pessoal,

Estive pesquisando um pouquinho na internet, lendo alguns textos e gostaria de compartilhar com vocês 3 destes textos que li. São eles:
http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/81/42/1/1/
http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/79/42/1/5/
http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/89/27/1/1/

Espero que a leitura faça vocês refletirem como me fez.
Abraço

Dani

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O solidário não quer solidão

" Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão..."

Para continuar a série de reflexões e desabafos sobre nossa formação e as duras perspectivas que nos aguardam, pensei em dividir com vocês esta música do Milton Nascimento, que fala sobre a esperança e a coragem de continuar caminhando.
Parece que quando nos falta ânimo, certezas, intenções, há alguma arte para nos empurrar de novo pro caminho da esperança... As vezes uma conversa, outras vezes uma aula-poesia e no momento acho que essa música cumpre o papel!
O link de uma montagem no youtube é:
http://www.youtube.com/watch?v=vG1QVZDuP1o

Bom feriado e até terça!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009


Hoje falaremos um pouco a respeito de nossas experiências no Ensino Médio e como temos desenvolvido nossos trabalhos com esses jovens. Em particular terei muitas coisas para compartilhar, até porque sinto que ainda não terminei totalmente esta "fase" da vida que eles começaram a trilhar. Indecisão quanto ao futuro profissional, que carreira escolher, o que ler, o que assistir, tudo isso passa a ter uma enorme importância na formação do caráter do pequeno adulto que eles teimam em não querer aceitar. Os temas que mais repercutem é a gravidez da colega que senta ao lado, o envolvimento com drogas daquele garoto do 2°B, a dificuldade em acompanhar matemática, a necessidade de trabalhar, tanto para ajudar em casa quanto para suprir as básicas "necessidades" de um adolescente comum que quer namorar e curtir a vida. E tudo contribui, para desespero dos educadores, para a tão temida evasão escolar.
Gostaria de discutir com vocês não apenas o nosso papel, como coordenadores ou professores, de manter esses alunos interessados nas disciplinas e dispostos a darem seguimento as suas vidas escolares, mas como estabelecer com eles uma real conexão e identidade junto do ambiente escolar que atenda as suas necessidades de jovem atuante e transformador do mundo sendo que o nosso sistema atual está conseguindo apenas sufocar o adolescente e manter-se superficialmente próximo a ele e aos seus reais problemas.