terça-feira, 1 de setembro de 2009

"Agamenon e seu porqueiro - notas sobre a produção, a dissolução e o uso da realidade nos aparatos pedagógicos e nos meios de comunicação"

  • LARROSA, Jorge. Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas/ texto de Jorge Larrosa, tradução de Alfredo Veiga Neto - Belo Horizonte; Autêntica, 1999, pág. 149 a 165.

O texto discute essencialmente a questão do qeu é realidade e ocmo o conceito de realidade pode ser falho, ou como alguém pode se utilizar desse conceito para embutir ao pensamento "comum" algumas ditas "verdades inquestionáveis" que possam eventualemnte trazer bens (podendo ser essa palavra interpretada em todos os sentidos que ela possui) a algumas pessoas, e tirar de outras a curiosidade ou mesmo a capacidade de questionar que é tido como realidade; e ainda dentro dessa discussão é questionado qual deve ser a posição do professor, se acatar a dita "verdades inquestionáveis" como realidade e expô-la aos alunos ou então questionar qualquer afirmação que se faça presente na sala de aula?
No decorrer do texto se faz presente a discussão do assunto baseada em dosi personagens, que são de importância tal que nomeiam o texto lido: Agamenon (o patrão) e seu porqueiro.
Agamenon é o personagem que encara a afirmação que lhes é feita como verdade absoluta e inquestionável. O porqueiro questiona a afirmação que lhes fazem, se será verdade ou não. "E é essa independência da verdade relativamente às relações sociais (...) e esses dois personagens convertidos já em rivais, isto é, em contendores de uma luta cujo território é a verdade do poder e o poder da verdade." (pág. 150)
Sendo que nos final do texto e consequentemente da discussão, chega-se a conclusão de que "o que é preciso, (...) é mergulhar na posição do porqueiro porque, como certamente sabia muito bem nosso porqueiro, para combater a realidade do poder é necessário colocar em dúvida o poder da realidade." (pág. 162)
Em relação ao ensino, achei importante transpor a conclusão de Larrosa, visto que penso da mesma forma. Penso que o bom professor deve fazer da realidade o problema sempre, para que essa sempre seja questionada.
"Agora que já não podemos crer no que acreditávamos nem dizer o que dizíamos, agora que nossos saberes não se sustemtam sobre a realidade nem nossas palavras sobre a verdade, talvez seja hora de aprender um novo tipo de honestidade: o tipo de honestidade que se exige para habitar com maior dignidade possível um muno caracterizado pelo caráter poético e político da linguagem. (...)Talvez o ponto de vista do porqueiro não esteja indicando que a realidade não é outra coisa que o assunto da discussão; ou que a realidade é a questão, isto é, "o que está em questão", ou que a realidade é problema, isto é, o que é problmático e pode ser problematizado. E desse ponto de vista a verdade não é a verdade, mas um dos modos possíveis de determinar o assunto, de encarar a questão, de dar conta do problema." (pág.164-165)

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