terça-feira, 15 de setembro de 2009

Vermelho... como o céu!?

Um dos primeiros trabalhos que vi a partir de “Vermelho como o céu” foi o de Gláucia M. Figueiredo. Em um texto chamado Experimentar uma Pedagogia menor através do filme “Vermelho como o céu”, a autora defendeu que nos libertássemos das amarras pedagógicas, para perceber os movimentos de ensinagem e do aprendizar com as personagens do filme. Neste caso, a ensinagem torna-se “um labirinto móvel passível de muitas combinações que potencializam o caminho ilimitadamente deslizante do aprendizar”. É bonito isto, porque com o filme mostramos uma pedagogia e um pedagogo outros. O pedagogo age diferentemente, porque compreende e vive a pedagogia a partir de um princípio de entradas múltiplas, rizomático, em que não há um caminho, mas vários, de atuação. Além disso, entre eles só existem conexões puras que não conseguimos controlar, por isso o pedagogo precisa estar “atento a todo o momento às surpresas, abrindo-se à experimentação, realizando conexões que se concretizam através de provocações pedagógicas contigenciais”.
De maneira geral, os filmes sobre educação que a gente vê sempre trazem um educador que, ao funcionar, escapa às regras, às metodologias, aos “objetivos” iniciais, ao planejamento primeiro, para fazer algo acontecer, algo que marca a vida de um educando de maneira singular e, simultaneamente, move o educador e a todos nós, que o vemos nas telas.
Veja como a vida de Mirco se transforma na escola, mas a partir de um movimento que perverte as regras da própria instituição. Foi preciso que um educador lutasse contra as regras e seus superiores para que seus alunos pudessem ter margem para possibilidades outras dentro da escola. Será este o mecanismo da educação? Vermelho como o céu?

---
Dica de leitura: Para aqueles interessados em conhecer um pouco da história dos embates teóricos e políticos que havia e ainda acontecem na definição do que é ser um pedagogo, recomendo a leitura do capítulo 01 da tese de doutorado da Gláucia Maria Figueiredo, e, para conhecer de onde vêm suas inquietações, recomendo o prólogo. A questão que norteia seu trabalho (e que percebo inquietar muita gente nas turmas de pedagogia) é “afinal, existe uma Identidade para pedagogos e pedagogia em nosso tempo?”. A Gláucia defendeu o doutorado no primeiro semestre deste ano (2009). Quem quiser saber o seu pensamento contemporâneo sobre o tema vai precisar ler tudo! Eheheh.
Sua tese: “DAS IMAGENS IDENTITÁRIAS DA PEDAGOGIA AO OFÍCIO DE PEDAGOGO NA CONTEMPORANEIDADE - TRAÇADOS NÔMADES”, sob orientação do professor Silvio Gallo, está na FE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário